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As empresas que olham para o futuro das pessoas

Por que algumas organizações já se interessam pela preparação para o pós-carreira de seus executivos?

Até pouco tempo atrás, mesmo com a clareza de que toda carreira executiva tem prazo de validade, era raro ver empresas apoiando seus líderes na jornada para o pós-carreira.

Na minha trajetória de quase dez anos pesquisando e atuando nesse universo, acompanhei centenas de casos. Um dos relatos mais marcantes foi de um executivo às vésperas da aposentadoria:

“Na segunda-feira, depois de entregar o meu crachá, não faço a menor ideia do que vou fazer. Queria, pelo menos, um lugar para ir e ter onde pendurar meu paletó.”

Ele havia se organizado financeiramente, mas não sabia o que faria com sua experiência, seu conhecimento — nem com o tempo e a energia que teria de sobra. A angústia era evidente. E ele está longe de ser exceção.

A transição para o pós-carreira pode ser um salto cheio de possibilidades ou um salto no escuro. O que separa uma situação da outra é preparação. E ainda estamos nos primeiros passos enquanto mundo corporativo.

Uma fase ativa antes da aposentadoria definitiva

Pós-carreira não é sinônimo de inatividade. Não significa parar.
Significa mudar o ritmo e o propósito.

É uma fase que pode ser produtiva, criativa e positiva — situada entre o fim da carreira executiva e a aposentadoria tradicional. Um momento em que muitos desejam continuar atuando, mas com autonomia, flexibilidade e significado.

Quando essa etapa chega sem planejamento, surgem impactos imediatos para a empresa:

  • sucessões instáveis

  • perda de conhecimento crítico

  • líderes desengajados nos últimos anos de atuação

Ou seja: não preparar o pós-carreira também custa caro.

O que diferencia as empresas que já acordaram para o tema?

Um padrão começa a surgir entre as organizações que estão se movendo:

Maturidade organizacional: enxergam o RH como estruturador de jornadas completas.
Cultura de cuidado: valorizam o executivo do início ao fim — e além.
Transição saudável: entendem que preparar a saída é tão estratégico quanto preparar a promoção.
Visão sobre longevidade: reconhecem que viveremos mais e trabalharemos de novas formas.
Marca empregadora robusta: sabem que a reputação também se sustenta em quem já saiu.

Essas companhias transformam ex-executivos em:
embaixadores, mentores, consultores, investidores — e em pessoas com boas histórias para contar sobre onde trabalharam.

Isso é estratégia. Não filantropia.

Por que investir no pós-carreira?

Executivos bem apoiados tendem a:
• manter o engajamento até o último dia
• compartilhar conhecimento com generosidade no processo sucessório
• fazer uma saída leve, sem ruídos
• continuar defendendo a marca empregadora

Além disso, reduz-se o impacto emocional e reputacional de desligamentos bruscos e mal conduzidos.

Investir no pós-carreira é cuidar do legado e da imagem corporativa.

Um tema ainda incipiente no mundo

Embora o debate avance globalmente, poucas empresas têm programas estruturados. Pesquisas internacionais apontam que, embora a sucessão de liderança seja prioridade para 86% das organizações, apenas 14% se consideram eficazes nesse processo.

Hoje, a maioria ainda foca apenas em aposentadoria como benefício financeiro — ignorando a dimensão emocional, identitária e social.

Quem agir primeiro, vai se destacar.

Por onde começar?

RH e lideranças podem:

• Normalizar o tema nas conversas com executivos
• Acolher o desejo de replanejar sem interpretar como desinteresse
• Promover mentorias reversas e trocas entre gerações
• Mapear quem está próximo da transição e oferecer orientação personalizada
• Contar com parceiros especializados para estruturar programas completos

Primeiro passo: abrir espaço de diálogo.

Olhar além do crachá

Ajudar um líder a se preparar para sua próxima segunda-feira é:

um gesto de respeito
uma estratégia de continuidade
uma visão de futuro alinhada à longevidade humana

As empresas que já perceberam isso estão um passo à frente — cuidam da dignidade das pessoas, preservam vínculos e deixam portas abertas.

O pós-carreira pode ser o bis da vida profissional.
Quem se planeja, se reinventa.
Quem orienta, transforma.
Quem apoia, colhe legados.

Se você lidera pessoas, a pergunta que fica é:
vai esperar o último dia chegar ou vai começar essa conversa agora?